nas palavras lavo os panos tristes que ao fim de uma estação retêm agora a sensação dos dias, o lume dos passos. . sinto que é um outro tempo, um outro jeito de dobrar esquinas, um outro modo de pisar a terra - é tudo isto comprimido num pulso, cingido dentro de veias como pequenas vozes mudadas em canções ao acordar do ano. . vem, vem comigo, neste magnífico nascimento, ouvir bater a espuma no cinzento das rochas, e deixar passar as horas como quem flutua à tona do tempo, inteiramente mergulhado no mundo - vem dormir sob o luminoso manto da lua cheia. . hei-de dizer-te um dia como se escolheu a cor do mar.
nas palavras lavo os panos tristes que ao fim de uma estação retêm agora a sensação dos dias, o lume dos passos. . sinto que é um outro tempo, um outro jeito de dobrar esquinas, um outro modo de pisar a terra - é tudo isto comprimido num pulso, cingido dentro de veias como pequenas vozes mudadas em canções ao acordar do ano. . vem, vem comigo, neste magnífico nascimento, ouvir bater a espuma no cinzento das rochas, e deixar passar as horas como quem flutua à tona do tempo, inteiramente mergulhado no mundo - vem dormir sob o luminoso manto da lua cheia. . hei-de dizer-te um dia como se escolheu a cor do mar.
se alguém disser que morri, avança até à varanda do céu, escuta a noite e recolhe o meu corpo da espuma dos planetas. não deixes que o meu rosto se dissolva nas tuas mãos, insiste no meu nome até que o mar ascenda à tua boca. e de luar em luar celebra o coração que fiz teu, mudamente, como se o amor fosse sobreviver às veias paradas de sangue.