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“Quando percebermos que o amor precisa de ser uma solução e não um problema então teremos percebido tudo”.
Valter Hugo Mãe, “O paraíso são os outros”
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“Quando percebermos que o amor precisa de ser uma solução e não um problema então teremos percebido tudo”.
Valter Hugo Mãe, “O paraíso são os outros”
Estragar os nossos miúdos é o fim do mundo. Estragar os professores, e as escolas, que são fundamentais para melhorarem os nossos miúdos, é o fim do mundo. Nas escolas reside a esperança toda de que, um dia, o mundo seja um condomínio de gente bem formada, apaziguada com a sua condição mortal mas esforçada para se transcender no alcance da felicidade. E a felicidade, disso já sabemos todos, não é individual. É obrigatoriamente uma conquista para um coletivo. Porque sozinhos por natureza andam os destituídos de afeto.
As escolas não podem ser transformadas em lugares de guerra. Os professores não podem ser reduzidos a burocratas e não são elásticos. Não é indiferente ensinar vinte ou trinta pessoas ao mesmo tempo. Os alunos não podem abdicar da maravilha nem do entusiasmo do conhecimento. E um país que forma os seus cidadãos e depois os exporta sem piedade e por qualquer preço é um país que enlouqueceu. Um país que não se ocupa com a delicada tarefa de educar, não serve para nada. Está a suicidar-se. Odeia e odeia-se.
Valter Hugo Mãe | JL Jornal de Letras, Artes e Ideias | Ano XXII | Nº 1095 | 19 de Setembro de 2012.
para o pedro guimarães e para a laura machado
um dia apareceu um poeta sem pétalas. nunca tal se vira.
sem pétalas, dizia-se, estava igual a nu, coberto de nada
que o diferisse, como se ser poeta não trouxesse marcas
à flor da pele. algumas pessoas riram-se nervosamente,
e só por isso o estranho poeta se foi embora sem outra
notícia
[O escritor vai estar na Guarda no Café Concerto, na próxima 5ª feira.]