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Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Finalmente - o fim.

Espectáculo a quatro vozes, ou mãos, ou mentes em termos de encenação e a muitas mais em termos de interpretação. Quatro andamentos sobre um tema: o fim. Quatro criadores da Guarda. Quatro encenações da Guarda.

Quatro. Número sombólico dos elementos da vida para falar de uma tema da vida. Pouco simpático, mas real. Percepções diferentes de uma mesma realidade. 

Gostei dos quatro em diferente medida. Do texto do primeiro, da encenção do segundo, da poesia do terceiro e da representação do quarto. O texto do Daniel foi o que me disse mais porque misturou na justa medida elementos literários de proveniência vária. A actualidade é bem evidente e os dois actores souberam apropriar-se das palavras e significá-las. O segundo atraiu-me mais pela música expressiva e sedutora, mas a simplicidade do cenário e a voz potente completaram-se.  O terceiro disse-me mais pela poesia, difícil de encenar, difícil de representar ( o João Neca esteve bem!). Finalmente a quarta história destacou-se-me pela representação. Já há muito não contactava com Antº Patrício (não gosto particularmente do seu teatro), mas a encenação esteve bem e a representação foi a cereja no cimo do bolo deste espectáculo! 

Parabéns pela produção.

ouTorga

SANTO E SENHA

 

Deixem passar quem vai na sua estrada.
Deixem passar
Quem vai cheio de noite e de luar.
Deixem passar e não lhe digam nada.

Deixem, que vai apenas
Beber água de Sonho a qualquer fonte;
Ou colher açucenas
A um jardim que ele lá sabe, ali defronte.

Vem da terra de todos, onde mora
E onde volta depois de amanhecer.
Deixem-no pois passar, agora

Que vai cheio de noite e solidão.
Que vai ser
Uma estrela no chão.

  

Miguel Torga

[Há pouco no TMG o grupo OUTORGA cantou este e outros poemas de Miguel Torga. Foi um bom espectáculo em que a música e a poesia estiveram de mãos dadas e em excelente harmonia. Também de referir que o compositor das músicas é guardense: João Mascarenhas. O poema "Relato" pode ser ouvido aqui.]

Setembro = teatro

Teatro Aberto na rentrée do TMG


Sábado, dia 4 de Setembro, começa a nova temporada do Teatro Municipal da Guarda e começa também o Acto Seguinte- Festival de Teatro da Guarda com o espectáculo "Uma família portuguesa". Uma peça premiada em 2008 pela Sociedade Portuguesa de Autores, da autoria de Filomena Oliveira e Miguel Real. O espectáculo tem encenação de Cristina Carvalhal e reúne vários actores bem conhecidos do público como Bruno Simões, Carlos Malvarez, João Maria Pinto, Luisa Salgueiro e Teresa Faria. A sessão apresenta-nos uma família portuguesa composta por três gerações. A casa onde habitam era propriedade do falecido patriarca de cuja presença não se conseguem libertar. Integrando referências musicais, literárias e plásticas da segunda metade do século XX, Cristina Carvalhal convoca um imaginário com o qual todos os portugueses se poderão identificar. “Uma Família Portuguesa” é um espectáculo que fala da ditadura, da guerra colonial ou da devoção a Nossa Senhora de Fátima, tão presentes ainda na nossa memória colectiva. O espectáculo está marcado para o Grande Auditório, às 21h30.
Retirado daqui

Hoje é dia de Meredith Monk - TMG

 

As prodigiosas criações vocais da norte-americana Meredith Monk têm palco exclusivo no TMG esta quinta-feira, dia 17 de Junho. A cantora sobe ao palco do Grande Auditório, às 21h30, acompanhada pelas vozes de Katie Geissinger e Allison Sniffin, esta última também ao piano, e ainda por Bohdan Hilash nos instrumentos de sopro.
Meredith Monk é compositora, cantora, coreógrafa, autora de nova ópera, peças de teatro musical, filmes e instalações. Uma pioneira naquilo a que agora se designa por “técnica vocal estendida” e “performance interdisciplinar,” Monk cria trabalhos que misturam música e movimento, imagem e objecto, luz e som, num esforço por descobrir novos modos da percepção. A sua exploração da voz como um instrumento, como uma linguagem eloquente por si só, expande as fronteiras da composição musical, criando paisagens sonoras que desenterram sentimentos, energias, e memórias para as quais não temos palavras. Foi proclamada como “uma maga da voz” e “uma das compositoras mais cool da América.” Durante uma carreira que se estende ao longo de 40 anos, foi aclamada pelo público e pela crítica como uma enorme força criativa nas artes performativas.

 

[texto e foto de: http://teatromunicipaldaguarda.blogspot.com/2010/06/meredith-monk-diva-da-voz-prodigiosa.html ]

5º Aniversário do TMG

 O lançamento foi hoje à tarde, com o Café Concerto cheio, com algumas palavras de circunstância, algumas delas sonhadoras. Mas que é a vida sem sonho? Como lembrou alguém, o TMG também foi sonho e hoje é realidade: porque não pensar que os sonhos de hoje podem ser realidades amanhã? A frase do Dr. Álvaro Guerreiro "Foram só cinco anos e são já cinco anos!" resume bem o que se pode dizer do percurso desta criança de 5 anos, mas que já atingiu a maturidade. Falta a emancipação que é um dos desejos do seu Director e grande impulsionador desta nossa referência cultural. VALE!

São Francisco de Assis na Guarda

[Assis_Mundus_TMG.jpg]

 

Sobre Vicente Sanches, autor da peça, escreveu Manuel Poppe:

 

“Há quase 50 anos que Vicente Sanches publica livros, principalmente peças de teatro. Algumas já foram encenadas, com êxito; mas Vicente Sanches é o mais desconhecido dos escritores portugueses. Não sei explicá-lo. (…) Não sei porquê – por que se viram as costas a um dos melhores autores de língua portuguesa.

 

(…) Os textos de Vicente Sanches confirmam aquilo que penso: a sua actualidade. Sanches é um escritor religioso, um escritor católico –um escritor metafísico, que quer ver aquilo que está além do físico. O físico não passará do envelope do essencial, tal qual “a materialidade literária da Escritura”, como Sanches sublinha a propósito da Kaballa judaica. “

 

(Citação retirada daqui.)