Mãe
MÃE BRISA
Como uma brisa de vento
passaste pelas minhas manhãs.
Era de mar o cheiro que trazias contigo,
de lágrimas e serenidade ocultas
o colo onde permaneci como raio de sol
em dia de nevoeiro.
Neblinas que as ondas trouxeram
foram os braços com que me acolheste.
Lamento, mãe, a torre de Babel que foram os nossos dias
e o silêncio cinzento da tua ausência.
Mas todas as memórias têm a sua metade de esquecimento,
outra metade de amor.
(...)
LÍLIA TAVARES, in EVOCAÇÃO DAS ÁGUAS (Seda Publ., 2015)