Eu poeta me confesso...
Mordi o pó, quebrada a minha lança,
E meu pendão real feito em pedaços!
Herói falhado, abandonou-me a esp`rança
Que em tempos idos me estendera os braços...
Meus olhos tão alegres em criança,
Tinham só amarguras e cansaços
Em vez do sonho que me fora herança
De avós remotos-Césares ou Tassos...
Qual mísero mendigo de longada
Batendo às portas, sem que dêem nada
À mão que leva em súplica, estendida,
Olhei as minhas pobres mãos morenas,
E vi que nelas me ficara, apenas,
Um jeito de pedir esmola à vida...
João Braz