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Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

DIES IRAE (II)

4 - Recordare

Recordare, Jesu pie,                 Lembra-te, ó Jesus piedoso,

Quod sum causa tuae viae,      Que sou a causa da tua caminhada,

Ne me perdas illa die.              E não me condenes naquele dia.

 

Quaerens me, sedisti lassus     Procurando-me, sentaste-te cansado

Redemisti Crucem passus       E sofrendo redimiste-me na cruz

Tantus labor non sit cassus.    Que tanto trabalho não seja em vão.

 

Juste judex ultionis,                Juiz  justamente castigador,

Donum fac remissionis           Concede-me o dom da remissão

Ante diem rationis                  Antes do dia da razão

 

Ingemisco tamquam reus        Choro e gemo como um réu

Culpa rubet vultus meus         A culpa cora as minhas faces

Supplicanti parce, Deus.         Poupai este suplicante, ó Deus.

 

Qui Mariam absolvisti,              Tu, que absolveste a Maria,

Et latronem exaudisti                 E ouviste o ladrão,

Mihi quoque spem dedisti.        Também me deste esperança.

 

Preces meae non sunt dignae     Minhas preces são indignas

Sed tu bonus fac benigne,          Mas tu, bondoso, sê benigno,

Ne perenni cremer igne.            Para que não abrase no fogo eterno.

 

Inter oves locum praesta            Dá-me lugar entre as ovelhas

Et ab haedis me sequestra          E afasta-me dos bodes

Statuens in parte dextra.            Sentando-me à Tua direita.


5 - Confutatis

Confutatis maledictis                Condenados os malditos

Flammis acribus addictis          Lançados às chamas devoradoras

Voca me cum benedictis          Chama-me juntamente com os benditos

 

Oro supplex et acclinis             Suplicante e prostrado,rogo

Cor contritum quasi cinis         Com o coração contrito, quase em cinzas

Gere curam mei finis.               Toma conta do meu fim.


6 - Lacrimosa

Lacrimosa dies illa                    Dia de lágrimas aquele

Qua resurget ex favilla              Em que os ressurgidos das cinzas

Judicandus homo reus.              Serão julgados como réus.

 

Huic ergo parce, Deus              A este poupa, ó Deus

Pie Jesu Domine                      Piedoso Senhor Jesus

Dona eis requiem, Amen.        Dá-lhes repouso. Amén.

 

[*Dies irae é um hino do século XIII, escrito talvez por Tomás de Celano e musicado, entre outros, por Mozart. Tentativa de tradução minha.]

 

DIES IRAE (I)

SEQUENTIA

 

1 – Dies irae

Dies irae, dies illa                    Dia de ira, aquele dia

Solvet saeclum in favilla           Em que o mundo se desfará em cinzas

Teste David cum Sibylla          Assim testemunham David e Sibila

Quantus tremor est futurus,      Quanto temor sobrevirá,

Quando judex est venturus,      Quando o Juiz chegar

Cuncta stricte discussurus.        Julgando tudo com rigor.


2 - Tuba mirum

Tuba mirum spargens sonum      A admirável trombeta difundindo o som

Per sepulcra regionum,              Pela região dos sepulcros,

Coget omnes ante thronum.       Juntará todos diante do trono.

 

Mors stupebit et natura              A morte espantar-se-á, e  a natureza

Cum resurget creatura,              Com as criaturas ressurgirá,

Judicanti responsura.                 Para responder ao juízo.

 

Liber scriptus proferetur,           Um livro será trazido,

In quo totum continetur,             Em que tudo está contido,

Unde mundus judicetur.             E por ele o mundo será julgado.

 

Judex ergo cum sedebit,            Logo que o juiz se sentar,

Quidquid latet apparebit:           O escondido, aparecerá:

Nil inultum remanebit.                Nada ficará impune.

 

Quid sum miser tunc dicturus?   O que é que  eu, miserável, direi então?

Quem patronum rogaturus,        A quem pedirei protecção,

Cum vix justus sit seccurus?      Se só o justo estará seguro?


3 - Rex tremendae

Rex tremendae majestatis,         Rei, de tremenda majestade,

Qui salvandos salvas gratis,       Que ao salvar, salvas gratuitamente,

Salva me, fons pietatis.              Salva-me a mim, fonte de piedade.

 

 

[Dies irae é um hino do século XIII, escrito talvez por Tomás de Celano e musicado, entre outros, por Mozart. Tentativa de tradução minha.]