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Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

O último elo

"A vida não acaba apenas se transforma."

A morte visita-nos diariamente naqueles que nos rodeiam. Umas vezes tragicamente, outras sequência natural duma vida longa. Quando parte o último elemento de uma geração de família, parece que tudo acaba. Mas não. Acaba apenas a linha natural pois fica outra geração e a memória do que parte permanece naqueles que o lembram. Por isso viverá neles. Por quanto tempo? Enquanto a recordação ficar na fisionomia de um rosto, no jeito de ser ou falar, num tique, num gesto, enfim, em algo que nos reviva esse ser que partiu antes de nós.

Ontem partiu o último de uma geração de onze filhos. A família Rodriga - José Gonçalves e Mariana Josefa - ficou mais pobre. Despedimo-nos do tio Bernardino. Antes dele tinham deixado a sua marca no mundo os irmãos: Maria, Ana, Adelaide, Clementina, António, José, Manuel, Piedade, Josefa, Emília. Cada um, à sua maneira, vive hoje entre nós, como ele continuará também a viver. No modo alegre como sempre encarou a vida. Na boa disposição que distribuía com aqueles que tivemos a sorte de o conhecer. 

Até sempre.