Spes*
A noite ri pálida e transparente
por trás de uma vidraça de loucuras
onde os anjos brincam de crianças
e os homens de tristezas e venturas.
O lume das estrelas cai oblíquo
na praça das canções por inventar
e, nas ruas da cidade, o orvalho
escorre entre as gotas do luar.
O sonho das crianças surge ingente
no ar límpido da madrugada
e sente-se pairar um quase-tudo
onde a noite nasce já realizada.
Um novo dia, nova primavera,
aprimora-se forte no alvorecer
e se as promessas não forem vãs
o mundo vai voltar a amanhecer.
J M
* esperança