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Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Sem outra palavra para mantimento

Sem outra palavra para mantimento

Sem outra força onde gerar a voz 

Escada entre o poço que cavaste em mim e a sede 

Que cavaste no meu canto, amo-te 

Sou cítara para tocar as tuas mãos. 

Podes dizer-me de um fôlego 

Frase em silêncio 

Homem que visitas 

Ó seiva aspergindo as partículas do fogo 

O lume em toda a casa e na paisagem 

Fora da casa 

Pedra do edifício aonde encontro 

A porta para entrar 

Candelabro que me vens cegando. 

Sol 

Que quando és noturno ando 

Com a noite em minhas mãos para ter luz.

 

Daniel Faria, "Dos Líquidos"