Prece
Senhor, sinto-me hoje perdido:
já não há paz, não há sossego,
vivo na inquietude, desiludido
com o homem que só impõe o medo.
Do oriente ao ocidente tudo muda,
a fragilidade é nossa companheira,
a rapacidade é comum e pontiaguda,
a vida é efémera e passageira.
Que esperança, então, pode sobreviver
neste universo corrupto em decadência?
O dinheiro, as finanças e o poder
vão destruindo os limites da decência.
Resta a esperança de que a chama vinda
das cinzas leves da Fénix imolada
renasça a ordem e mantenha ainda
a hipótese da ressurreição desejada.
J M 03.2017