Precário
Tudo é tão precário
que a nuvem passageira
ora passando no céu outonal
é todavia mais lenta
que o ser humano em si.
Casmurro e otário
sentado no precipício, à beira
da vertigem de ser banal,
o ser humano sustenta
a sensação de ser sem fim.
Mesmo vendo o rio correr
sem cessar para o seu fim
não consegue entender
que o destino é sempre assim:
Estéril vida sem sentido,
corre-corre continuado,
intervalo de nascer prometido
com a morte sempre a seu lado!
JM