Perda
A tarde alonga-se-me na saudade
De outras curtas tardes de visitas
Alonga-se-me no nada em que ficas
Sozinha para além da realidade
Na solidão de uma casa vazia
Onde te reinventa cada recanto
Onde as impressões indeléveis de alegria
Perduram a par de sentido pranto
Esses risos essas lágrimas esses gestos
Essas angústias esses beijos essas ternuras
Essas mãos calejadas esse olhar veemente
Para sempre estão impressos nesses restos
Que nos deixas e nas ânsias e amarguras
De não te ter mais mas de te ter eternamente.
(JM – 14.10.2012)