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Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Pedaços


 



De espaços se faz a vida. E de tempos.



Razões forçosas originam a ausência.



Horas promovem a separação.

 



Emergentes emoções lívidas caminham

abstratas e ingratas

pelas vielas travessas da cidade-velha.

 



Angústias pardas velam o tempo de existir

para além de nós.

 



Árduas tarefas excluem a contemplação do luar,

a contemplação da lua cheia

perfeita na sua luz refratária.

 



E, nos caminhos da noite,

a vida aparece translúcida.



Ao luar.



 

J M – 06.01.2017