Pai
As tuas mãos morenas
calosas do saibro da serra,
amansadas na solidão
da luta com inculta terra...
O teu rosto escurecido
de vigílias e de cargas,
sempre sereno e lúcido,
em horas doces e amargas...
O teu suor destilado
em seiva, húmus do corpo teu
é alimento para os filhos
que agradeces ao Céu.
E, no fim dos duros dias,
no secreto do teu lar,
mesmo exausto e sonolento
carinho ainda sabes dar.
Pela vida, pelo amor,
pelo carinho, pela ternura,
pelo tempo, pelo suor,
pelas letras, pela cultura,
por tudo o que de ti sai
tudo te agradeço, PAI!
J M