Medo
Deixei-me levar p’la aventura do medo,
vivi experiências desertas de fugas,
fechei as portas à vida e à morte,
tranquei-me por dentro do desespero.
Vigiei pedaços de aventura louca,
corri paixões à espera de lucro,
no fim de tudo não ficou nada
porque a ânsia era desmedida.
Gastei pedaços à espera do tempo
mas este fugiu para fora de mim
e na tarde infinita do sábado imenso
encontrei-me só num mundo-penedo.
Louvei aos montes a sua grandeza
cantei à vida a grande desgraça,
perdi-me tonto na hora da natureza:
fiquei parado na aventura do medo.
J M