Invasão / evasão
Deixei a saudade invadir-me as ruas.
Havia vento forte e as rajadas
Traziam com elas gotas de amor
Arrebatadas
Às tranças de uma tempestade
Cujos sentimentos eram o espelho da dor
Da sonolenta e ávida cidade.
Caminhei sem destino
Pelas veredas da emoção
E perdido nos meandros do coração
Dei por mim lacrimejando, o destino
Foi madrasto e arrebatou-me
Aquela doce sensação
De te amar. Secou-me!
A chuva fria e arrepiante
Destes outonos conturbados
Pôs-me a realidade diante
Dos olhos e marejados
Impediram-me a visão
Dessa rua invadida pela saudade.
Caminharei só em plena cidade?
A quem “cantarei de amor tão docemente”?
Abandono a tua imagem à minha mente
E esperarei lutando com tenacidade …
20.10.2014
J M