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Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Em Abril

 

Em Abril floriu a liberdade

com cravos de vermelha cor;

em Abril por toda a cidade

se expandiu a reprimida dor

para festejar a pujante idade

de uma revolução em flor.

 

Um mar de gente saiu à rua

todo alvoroçado nas vontades

unido num sólido coração

capaz de ir buscar a Lua

para iluminar as verdades

ocultas na longa opressão.

 

O grito soltou-se bem alto

das bocas como uma só;

tremeu o Carmo e a Trindade

e foi tão grande o sobressalto

que sem piedade nem dó

se ouviu em uníssono: LIBERDADE!

 

E a cidade foi um espanto

de esperança e alegria:

as ruas engalanaram-se

os tanques abrilaram-se

a noite converteu-se em dia

e Grândola fez-se CANTO.

 

24.04.2014

 

JM