as mães fazem remendos bonitos
em almas rasgadas
com linhas que arrancam do peito
as mães sangram sem que se veja
colocam as mãos nos seus colos já vazios
e esperam que regresse um sorriso que as cure
as mães alimentam-se de pequenas palavras
{que quase nunca dizemos}
e de abraços
{que quase nunca damos}
as mães iludem a fome
{que poucas vezes matamos}
lembrando as canções de embalar
que já não ouvimos
as mães são presente
passado e futuro sempre presentes
até ao último suspiro
curam sempre sempre sempre
mais do que podem
e quando estendem os braços
as mães são a casa
de onde nunca partimos
as mães são eternas
{também morrem as mães?}
e amamos as mães e a sua magia
sem nunca haver tempo para lho dizermos...
Sónia M
[Roubado daqui: http://soniagmicaelo.blogspot.pt/2017/05/as-maes.html]