Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Rafael Alberti

SE EQUIVOCÓ LA PALOMA



Se equivocó la paloma.
Se equivocaba.
Por ir al norte, fue al sur.
Creyó que el trigo era agua.
Se equivocaba.

Creyó que el mar era el cielo;
que la noche, la mañana.
Se equivocaba.

Que las estrellas, rocío;
que la calor; la nevada.
Se equivocaba.

Que tu falda era tu blusa;
que tu corazón, su casa.
Se equivocaba.

(Ella se durmió en la orilla.
Tú, en la cumbre de una rama.)

António Machado

 

 

TRES CANTARES ENVIADOS A UNAMUNO EN 1913

 

              I

  Señor, me cansa la vida,
tengo la garganta ronca
de gritar sobre los mares,
la voz de la mar me asorda.
Señor, me cansa la vida
y el universo me ahoga.
Señor, me dejaste solo,
solo, con el mar a solas.

             II

  O tú y yo jugando estamos
al escondite, Señor,
o la voz con que te llamo
es tu voz.

              III

  Por todas partes te busco
sin encontrarte jamás,
y en todas partes te encuentro
sólo por irte a buscar.

(Amigo Rui, aqui fica o poema que sugeriste e vale a pena ler mais de Machado porque normalmente ficamos pelo “Caminante, no hay camino, / se hace camino al andar.”)
 

Rosalia de Castro


 Este vaise, aquele vaise
 e todos, todos se van,

 Galicia, sin homes quedas
 que te poidan traballar.
 Tés, en cambio, orfos e orfas
 e campos de soledad,
 e pais que non teñen fillos
 e fillos que non tén pais.
 E tés corazóns que sufren
 longas ausencias mortás,
 viudas de vivos e mortos
 que ninguén consolará.
 
               ¡Olvidémo-los mortos!
Este parte, aquele parte
e todos, todos se vão.
Galiza, ficas sem homens
que possam cortar teu pão
Tens em troca órfãos e órfãs
e campos de solidão
e mães que não têm filhos
filhos que não têm pais.
Corações que tens e sofrem
longas horas mortais
viúvas de vivos-mortos
que ninguém consolará
 
Tradução de José Nisa

Garcia Lorca

Se as minhas mãos pudessem desfolhar

Eu pronuncio teu nome
nas noites escuras,
quando vêm os astros
beber na lua
e dormem nas ramagens
das frondes ocultas.
E eu me sinto oco
de paixão e de música.
Louco relógio que canta
mortas horas antigas.

Eu pronuncio teu nome,
nesta noite escura,
e teu nome me soa
mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
e mais dolente que a mansa chuva.

Amar-te-ei como então
alguma vez? Que culpa
tem meu coração?
Se a névoa se esfuma,
que outra paixão me espera?
Será tranqüila e pura?
Se meus dedos pudessem
desfolhar a lua!!