Ver-te é como ter à minha frente todo o tempo é tudo serem para mim estradas largas estradas onde passa o sol poente é o tempo parar e eu próprio duvidar mas sem pensar se o tempo existe se existiu alguma vez e nem mesmo meço a devastação do meu passado.
Digam que foi mentira, que não sou ninguém,
que atravesso apenas ruas da cidade abandonada
fechada como boca onde não encontro nada:
não encontro respostas para tudo o que pergunto nem
na verdade pergunto coisas por aí além
Eu não vivi ali em tempo algum
(1933 - 1978)
Depois de uns dias de ausência e de um mini verão outonal, já que a chuva regressa, volto a Ruy Belo e à dura realidade da vida. Mescla de desencanto e solidão temperada com um débil gesto de esperança em que os dias são grisalhos e de farta cabeleira de neveoeiro, vivamos a hora e saboreemos o que a vida nos dá!