NOITE
Coimbra, 26 de Novembro de 1943.
NOITE
Noite, manto do nada
Onde se acolhe tudo,
Melodia parada
Nos ouvidos dum mudo.
Mãe do regresso, paz
Da batalha perdida;
Leiva morta onde jaz
A renúncia da vida.
Pecado sem perdão.
Aceno sem ternura;
Noite, o meu coração
Anda à tua procura.
Torga, Diário III