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Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

NOITE

Coimbra, 26 de Novembro de 1943.

NOITE

Noite, manto do nada

Onde se acolhe tudo,

Melodia parada

Nos ouvidos dum mudo.

Mãe do regresso, paz

Da batalha perdida;

Leiva morta onde jaz

A renúncia da vida.

Pecado sem perdão.

Aceno sem ternura;

Noite, o meu coração

Anda à tua procura.

 

Torga, Diário III