Fim (ou pausa)!
Nem a propósito o poema de Torga falar de crucifixo. Às vezes acontece sermos crucificados sem merecer e isso dói como todas as injustiças do mundo real. Leitor, se é que tive algum, a finalidade do blogue era homenagear e divulgar a poesia de Torga, considero que o objectivo está cumprido por isso fico por aqui, para já. Pode ser que um destes dias retome o bordão de peregrino como disse Garrett e continue a "blogar" neste ou noutros moldes, ou pode mesmo acontecer que seja o fim. Do crucifixo só uma diferença: cada vez mais descrente da vida.
Perpinhão, 7 de Setembro de 1970.
CRUCIFIXO
Havia, como vês, lugar no mundo
Para um Deus ter a paz de ser humano.
E aqui te vejo, belo e repousado
— Chegado
Brumosamente
Do Sul ardente
Ou do gelado Norte
Deitado em pé na sepultura erguida,
Nem vexado na morte,
Nem descrente da vida.
Torga, Diário XI