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Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

...

Coimbra, 29 de Agosto de 1944.

SUDÁRIO

O dia rompe da noite

Como um rebento do fruto.

Ri-se um melro de alegria,

Acorda o céu do seu luto.

Era preciso cantar,

Mas um hino absoluto.

E quem o canta, quem é

Capaz de uma tal façanha?

A poesia morreu

De desespero e de manha.

 

Torga, Diário III