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Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

...


Estranho-te no cansaço de seres

a permanente presença silenciosa

deitada na laje nua do pensamento

onde impávida e calma permaneces

nas ondas límpidas da tarde primaveril.

 



E se não estivesses? Se o teres

preferência de mim, já não fosse imperiosa

necessidade? Seria acaso um tormento?

 



Calma e impávida permaneces

alheia à vontade do meu corpo, natural …

 



(Oxalá assim seja.) E o teu desejo

te traga na vontade estranha de um beijo

roubado ao pôr do sol imponente

que a tarde primaveril desenha no poente.

 



JM