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Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Ânsias

 

A lua estica o curto pescoço frio
para olhar com ampla curiosidade
as águas rápidas do breve rio
que refletem o casario da cidade.

Ânsias das noites brancas guardadas,
de pensamentos desavindos com a vida;
desesperos, tremuras e alvas geadas
da felicidade há muito desguarnecida.

Refúgio de anquilosados temores
lua fagueira, amparo dos amantes,
conselheira de ínvios amores
e de anseios óbvios e obsidiantes.

Loucura ávida vivida a meias
entre um e outro fundo suspiro,
espasmo doloroso de dores feias
onde suspenso durmo e deliro.

J M