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Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Pedra

Coimbra, 30 de Julho de 1968.

CANTILENA DA PEDRA

Sem musa que me inspire,

Canto como um pedreiro

Que, de forma singela,

Embala a sua pedra pela serra fora...

Upa! que lá vai ela!

Upa! que vai agora!

A pedra penitente que eu arrasto

Tem o tamanho duma vida humana.

E só nesta toada a movimento,

Embora o salmo já me saia rouco.

Upa! meu sofrimento!

Upa! que falta pouco...

 

Torga, Diário X