Poesia
CARTA FAMILIAR
Poeta irmão, não sujes as palavras.
Lembra-te do futuro!
Guarda as pedras da obra
Na virgindade austera da pedreira,
Até que te visite a inspiração.
Tu, que és o homem da pureza inteira,
Precisas da pureza da expressão.
Diário IV (Coimbra, 21 de Fevereiro de 1949)