Viajar
Sento-me nas asas do vento
vespertino,
inalo aromas insuspeitos da tarde
desvanecida
e no cais do tempo
embarco na nau de Ícaro
rumo a destino ignoto.
(Pode ser S. Pedro de Rio Seco)
Embrenho-me nos bosques da Estrela
e procuro-me no meio do turbilhão
mas a Aparição de mim a mim mesmo
leva-me apenas
à sabedoria existencial de estar vivo
de ser pensante!
Subo as fragas de S. Martinho
e reencontro a luta com o transcendente
bebo a seiva, o mosto, o vinho
e revejo-me só, no imanente.
Titãs em luta permanente
encontro o opositor
continuamente
frente a mim
num campo onde se vislumbra a dor
de ser e sofrer até ao fim.
JM