Ninguém ignora que não é grande, nem inteligente, nem elegante o meu país, mas tem esta voz doce de quem acorda cedo para cantar nas silvas. Raramente falei do meu país, talvez nem goste dele, mas quando um amigo me traz amoras bravas os seus muros parecem-me brancos, reparo que também no meu país o céu é azul.
A confusão a fraude os erros cometidos A transparência perdida — o grito Que não conseguiu atravessar o opaco O limiar e o linear perdidos
Deverá tudo passar a ser passado Como projecto falhado e abandonado Como papel que se atira ao cesto Como abismo fracasso não esperança Ou poderemos enfrentar e superar Recomeçar a partir da página em branco Como escrita de poema obstinado?
Sophia de Mello Breyner Andresen, O Nome das coisas
Peço desculpa aos meus leitores, mas retirei o poema publicado neste dia. Tinha-o retirado do Portal da Literatura, mas um artigo do Público mostrou-me que se trata de uma atribuição indevida à grande poeta. Cada vez mais somos "enganados" por aquilo que a net nos oferece. Terei mais cuidado nas fontes utilizadas.