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Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Telúrica

No dia 12 de Junho participei com mais sete poetas numa sessão de poesia a convite da poeta da Guarda Maria Afonso. A sessão integrou-se no SIAC e teve lugar no auditório do IPJ. Fica o registo fotográfico.

poetas guardenses.jpg

(Friso dos poetas participantes - foto Ana M. Neves)

SIAC 12.06.jpg

(A minha leitura - foto de António Prata)

antonieta1.jpg

(Antonieta Pinto lendo um poeta ausente: o meu amigo Cristino Cortes - foto de António Prata.)

amn1.jpg

 (Um aspeto do público.)

 

 

Pus a enxada à terra

do teu corpo

e fui cavando as sensações

abrigado pelo aroma

telúrico da serra

e pelas intensas emoções

da seiva e da goma

da arada primaveril:

esplendor total de Abril!

 

Das giestas dos teus braços

os enleios temperados

de sensuais abraços

enredam-nos os desejos

de frenéticos beijos

em longas sinestesias:

longas e graníticas alegrias.

 

J M

...

...

hoje
nenhuma palavra pode ser escrita
nenhuma sílaba permanece na aridez das pedras
ou se expande pelo corpo estendido
no quarto do zinabre e do álcool – pernoita-se
onde se pode – num vocabulário reduzido e
obcessivo – até que o relâmpago fulmine a língua
e nada mais se consiga ouvir
apesar de tudo
continuamos e repetir os gestos e a beber
a serenidade da seiva – vamos pela febre
dos cedros acima – até que tocamos o místico
arbusto estelar
e
o mistério da luz / fogo fustiga-nos os olhos
numa euforia torrencial

 

Al Berto