Rimo quando calha
Rimo quando calha
E as mais das vezes não rimo...
Copio a Natureza e não a interrogo.
(De que me serviria interrogá-la?)
Nem tudo é terreno plano,
Por isso muitas vezes não rimo...
Alberto Caeiro, 7-3-1914
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Rimo quando calha
E as mais das vezes não rimo...
Copio a Natureza e não a interrogo.
(De que me serviria interrogá-la?)
Nem tudo é terreno plano,
Por isso muitas vezes não rimo...
Alberto Caeiro, 7-3-1914
Faz um a casa onde outro pôs a pedra.
O galego Colón, de Pontevedra,
Seguiu‑nos para onde nós não fomos.
Não vimos da nossa árvore esses pomos.
Um império ganhou para Castela,
Para si glória merecida — aquela
De um grande longe aos mares conquistado.
Mas não ganhou o tê-lo começado.
Eu queria ter o tempo e o sossego suficientes
Para não pensar em coisa nenhuma,
Para nem me sentir viver,
Para só saber de mim nos olhos dos outros, reflectido.
A noite desce, o calor soçobra um pouco.
Estou lúcido como se nunca tivesse pensado
E tivesse raiz, ligação directa com a terra
Não esta espécie de ligação do sentido secundário chamado a vista,
A vista por onde me separo das coisas,
E m'aproximo das estrelas e de coisas distantes —
Erro: porque o distante não é o próximo,
E aproximá-lo é enganar-se.
Passos à Volta da Memória V:
Um poeta na cidade
2 de Julho a 31 de Agosto de 2013
Terça a Sábado
17h30 (1 sessão por dia) | Total de 45 sessões
Ponto de encontro para o início da visita: Praça Luís de Camões
Participação gratuita e sem marcação
Ficha
Coordenação geral:Américo Rodrigues
Autoria de texto e encenação: Antónia Terrinha
Interpretação: André Amálio
Uma produção da Culturguarda para a Câmara Municipal da Guarda
Apresentação
Um comediante que veste a pele de Augusto Gil é o guia de uma visita encenada onde não falta o humor e a ironia. O público é convidado a fazer um percurso diferente pela cidade, por ruas com muito para ver e contar, conhecendo figuras e locais do imaginário guardense. Uma viagem para descobrir ou redescobrir sítios, pessoas, estórias e histórias da Guarda.
Objectivos da iniciativa
- Atracção de visitantes ao centro da cidade
- Dinamização do Centro Histórico
- Enriquecer a oferta turístico-cultural da cidade no período de realização da actividade, época alta de turismo
- Renovar a atenção para um grande poeta da cidade e para a sua herança literária associada ao património histórico e afectivo, relembrando-os à comunidade e dando-os a conhecer aos seus visitantes sob uma perspectiva teatral
André Amálio (actor)
Artista, performer, deviser, encenador e professor de teatro tem vindo a desenvolver trabalho nas áreas da performance e teatro experimental e contemporâneo. Trabalhou com vários encenadores, destacando-se João Brites, Luís Castro, Daniel Sumerville, Anna Furse, Carlos Avilez, Antónia Terrinha e com o realizador João Trabulo.
Recentemente tem pesquisado e criado espectáculos à volta de temas como o quotidiano e a identidade cultural. Encontra-se a desenvolver um trabalho a solo em colaboração com a companhia Inprocess Collective – IC (Londres). É o director artístico do projecto Liberdade Provisória (Lisboa).
Participou como actor na iniciativa Passos à volta da Memória - Uma visita encenada à Sé Catedral da Guarda (2011).
Antónia Terrinha (encenadora)
Antónia Terrinha começou o seu percurso noTeatro O Bando, tendo passado por outras companhias como A Comuna e a Cornucópia. Esteve ligada a projectos de teatro infantil, como actriz e como encenadora. Dirigiu com Cândido Ferreira a Companhia do Teatro Chaby Pinheiro da Nazaré e fundou a companhia ”Teatro em Curso”. Participou também em filmes para cinema e televisão.
Encenou as iniciativas Passos à volta da Memória - Uma visita encenada ao Centro Histórico da Guarda (2010); Passos à volta da Memória - Uma visita encenada à Sé Catedral da Guarda (2011) e Passos à volta da memória – A Presença Judaica na Guarda (2012).
Dados estatísticos das anteriores edições:
2012
“Passos à volta da Memória IV” – Romagem Teatral ao Cabeço das Fráguas
Números
11 Visitas Encenadas
237 Visitantes
---
2012
“Passos à volta da memória III” – A Presença Judaica na Guarda
Números
57 Visitas encenadas
1.929 Visitantes
---
2011
“Passos à volta da memória II” - Uma visita encenada à Sé Catedral da Guarda
Números
108 Visitas encenadas
4.858 Visitantes
---
2010
“Passos à volta da memória I” - Uma visita encenada ao Centro Histórico da Guarda
Números
41 Visitas encenadas
1.512 Visitantes
Todo o passado, para mim, é morto,
E, no futuro, há só esperança infinda
Que eu sinto n'alma quando lembro, absorto,
essa mulher dividamente linda.
Queria viver, nas sombras de algum horto,
Longe do Mundo, o sonho que não finda!
Viver com ela, viver nela, e absorto,
Morrer com ela, enamorado ainda!
Que a vida, sem amor, é desventura;
E, se a não vejo, eu vejo fatalmente,
Em toda a parte, a dor que me tortura.
Ah, mas se a vida é o seu amor somente,
Porque sinto, meu deus, esta amargura
De a não poder amar eternamente?
Guilherme de Faria, «Os Dias do Amor»