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Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Rimo quando calha

 

Rimo quando calha

E as mais das vezes não rimo...

Copio a Natureza e não a interrogo.

(De que me serviria interrogá-la?)

Nem tudo é terreno plano,

Por isso muitas vezes não rimo...

 

Alberto Caeiro, 7-3-1914

IRONIA

 

 

Faz um a casa onde outro pôs a pedra.

O galego Colón, de Pontevedra,

Seguiu‑nos para onde nós não fomos.

Não vimos da nossa árvore esses pomos.

 

Um império ganhou para Castela,

Para si glória merecida — aquela

De um grande longe aos mares conquistado.

Mas não ganhou o tê-lo começado.

F. Pessoa, 1922

Eu queria

Eu queria ter o tempo e o sossego suficientes

Para não pensar em coisa nenhuma,

Para nem me sentir viver,

Para só saber de mim nos olhos dos outros, reflectido.

Alberto Caeiro - 21-5-1917

A noite desce, o calor soçobra um pouco.

A noite desce, o calor soçobra um pouco.

Estou lúcido como se nunca tivesse pensado

E tivesse raiz, ligação directa com a terra

Não esta espécie de ligação do sentido secundário chamado a vista,

A vista por onde me separo das coisas,

E m'aproximo das estrelas e de coisas distantes —

Erro: porque o distante não é o próximo,

E aproximá-lo é enganar-se.

Alberto Caeiro - 1-10-1917

Passos à volta da memória - Augusto Gil


Passos à Volta da Memória V:

Um poeta na cidade

 

2 de Julho a 31 de Agosto de 2013

Terça a Sábado

17h30 (1 sessão por dia) | Total de 45 sessões

Ponto de encontro para o início da visita: Praça Luís de Camões

Participação gratuita e sem marcação

 

Ficha

Coordenação geral:Américo Rodrigues

Autoria de texto e encenação: Antónia Terrinha

Interpretação: André Amálio

 

Uma produção da Culturguarda para a Câmara Municipal da Guarda

 

Apresentação

Um comediante que veste a pele de Augusto Gil é o guia de uma visita encenada onde não falta o humor e a ironia. O público é convidado a fazer um percurso diferente pela cidade, por ruas com muito para ver e contar, conhecendo figuras e locais do imaginário guardense. Uma viagem para descobrir ou redescobrir sítios, pessoas, estórias e histórias da Guarda.

 

 

Objectivos da iniciativa

- Atracção de visitantes ao centro da cidade

- Dinamização do Centro Histórico

- Enriquecer a oferta turístico-cultural da cidade no período de realização da actividade, época alta de turismo

- Renovar a atenção para um grande poeta da cidade e para a sua herança literária associada ao património histórico e afectivo, relembrando-os à comunidade e dando-os a conhecer aos seus visitantes sob uma perspectiva teatral

 

André Amálio (actor)

Artista, performer, deviser, encenador e professor de teatro tem vindo a desenvolver trabalho nas áreas da performance e teatro experimental e contemporâneo. Trabalhou com vários encenadores, destacando-se João Brites, Luís Castro, Daniel Sumerville, Anna Furse, Carlos Avilez, Antónia Terrinha e com o realizador João Trabulo.

Recentemente tem pesquisado e criado espectáculos à volta de temas como o quotidiano e a identidade cultural. Encontra-se a desenvolver um trabalho a solo em colaboração com a companhia Inprocess Collective – IC (Londres). É o director artístico do projecto Liberdade Provisória (Lisboa).

Participou como actor na iniciativa Passos à volta da Memória - Uma visita encenada à Sé Catedral da Guarda (2011).

 

Antónia Terrinha (encenadora)

Antónia Terrinha começou o seu percurso noTeatro O Bando, tendo passado por outras companhias como A Comuna e a Cornucópia. Esteve ligada a projectos de teatro infantil, como actriz e como encenadora. Dirigiu com Cândido Ferreira a Companhia do Teatro Chaby Pinheiro da Nazaré e fundou a companhia ”Teatro em Curso”. Participou também em filmes para cinema e televisão.

 

Encenou as iniciativas Passos à volta da Memória - Uma visita encenada ao Centro Histórico da Guarda (2010); Passos à volta da Memória - Uma visita encenada à Sé Catedral da Guarda (2011) e Passos à volta da memória – A Presença Judaica na Guarda (2012).

 

 

Dados estatísticos das anteriores edições:

 

2012

“Passos à volta da Memória IV” – Romagem Teatral ao Cabeço das Fráguas

Números

11 Visitas Encenadas

237 Visitantes

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2012

“Passos à volta da memória III” – A Presença Judaica na Guarda

Números
57 Visitas encenadas
1.929 Visitantes

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2011

“Passos à volta da memória II” - Uma visita encenada à Sé Catedral da Guarda

Números
108 Visitas encenadas
4.858 Visitantes

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2010

“Passos à volta da memória I” - Uma visita encenada ao Centro Histórico da Guarda

Números
41 Visitas encenadas
1.512 Visitantes

MARIA

Todo o passado, para mim, é morto,
E, no futuro, há só esperança infinda
Que eu sinto n'alma quando lembro, absorto,
essa mulher dividamente linda.


Queria viver, nas sombras de algum horto,
Longe do Mundo, o sonho que não finda!
Viver com ela, viver nela, e absorto,
Morrer com ela, enamorado ainda!


Que a vida, sem amor, é desventura;
E, se a não vejo, eu vejo fatalmente,
Em toda a parte, a dor que me tortura.


Ah, mas se a vida é o seu amor somente,
Porque sinto, meu deus, esta amargura
De a não poder amar eternamente?

 


Guilherme de Faria, «Os Dias do Amor»