Beijo
Rasgava o céu azul paulatinamente
a ânsia de mitigar o forte desejo
e no vento que derrapava esconsamente
ouviu-se nítido o estrondo de um beijo.
Tudo parou subita e repentinamente:
o vento, as aves, o rio e até o mar...
Seguiu-se um profundo silêncio; emergente
e cristalino desvendou-se o claro luar!
E as memórias desse estrondo povoaram-se
dos lábios húmidos e ridentes desses dois
e os corpos prazenteiros requebraram-se
numa dança sofregamente sensual ... pois
no íntimo de cada um sobressaltaram-se
as horas do presente entre um antes e um depois.
JM