2012! RIP! Não deixa saudades. Não deixa grandes esperanças. Não ventura nada de bom. Nada. Exagero, claro! Mesmo o mais negativo deixa sempre lições que se podem tirar. Mas neste caso tanto a nível pessoal como social, profissional, nacional é predominantemente negativo. Da Guarda que nos resta? Perdemos, melhor, continuámos a perder. Veio algo de novo e de positivo? Não me lembro. Exagero novamente. Há sempre as pessoas que mesmo em baixo e em crise conseguem superar dificuldades. E aqui há que louvar as manifestações de solidariedade social realizadas para ajudar / apoiar pessoas e instituições. Não destaco nenhuma para não falhar, mas é isso que continua a motivar e a ter confiança no ser humano. Ao menos os valores vão ficando apesar da sua destruição sistemática “há sempre alguém que resiste / há sempre alguém que diz não!” Que nos anima? Que a cultura continue a pôr a nossa cidade no mapa nacional, que os nossos jovens continuem a destacar-se nas iniciativas de renovação de uma cidade que parece ter parado no tempo crítico. Que as pessoas continuem a defender os valores e a solidarizar-se umas com as outras, mostrando que “mesmo na noite mais triste” há sempre uma chama de uma vela a iluminar um caminho dificílimo. Nem que essa vela seja a poesia ou a literatura! Perdemos o MAP, mas ganhámos livros de poesia. Esperança, confiança e acção sejam as forças de 2013! (Essas não no-las podem roubar! pelo menos as duas primeiras.)
[Aproveito para desejar a todos os frequentadores deste recanto pessoal umas óptimas Festas de Natal e um 2013 cheio de poesia e saúde. Que nunca falte a vontade de mudar o mundo!]
As palavras não chegam, diria antes negam-se a admitir a realidade, e cruéis chegaram de manhã com a notícia sempre triste: morreu o Igor. Espanto, estupefação, incredulidade! Como pode isso ser verdade? A vida é assim tão injusta? Por que razão os bons são os primeiros a morrer?
O Igor foi meu aluno na Afonso de Albuquerque e aí travámos uma daquelas amizades que nunca se deseja perder. Era o protótipo da PESSOA: falava com toda a calma do mundo, nunca se alterava, tinha uma educação tão respeitadora que nos levava a interrogar-nos se ainda era possível haver gente assim neste mundo conturbado. Estava sempre disponível para ajudar, estava sempre pronto a colaborar, estava sempre pronto a ... sorrir.
A vida levou-o para outros lados, mas mantivemos sempre o contacto e quando vinha pela Guarda havia quase sempre duas palavras de café para trocar na amizade perene de seres que se entendem e partilham ânsias e sonhos. E como ele falava dos seus sonhos! Como brilhavam, nessa altura, aqueles olhos irrequietos reflexo de um coração sempre pronto a saber mais e a aprender! Como era contagiante aquela sua alegria facilmente transmissível aos que o rodeavam!
Estaria Deus assim tão necessitado de mais um anjo, para no-lo roubar? É que este também era da Guarda e também nos guardava!