Tanto silêncio, Deus meu!
Tudo emudeceu,
nem a terra nem o céu
emitem sinais de vida ...
é só serra árida, perdida
entre deserto e deserto
e a fonte aqui tão perto!
Quem me dera reavê-la
à luz serena da estrela
que brilha alta no céu.
Tanto silêncio, Deus meu!
JM
No dia 7 de Julho, pelas 16 horas, na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, na Guarda será apresentado este livro do poeta guardense Daniel Rocha.
Em voz alta, ensaiei o teu nome:
a palavra partiu-se
Nem eco ínfimo neste quarto
quase oco de mobília
Quase um tempo de vida a dormir
a teu lado e o desapego é isto:
um eco ausente, uma ausência de nome
a repetir-se
saber que nunca mais: reduzida
a um canto desta cama larga,
o calor sufocante
Em vez: o meu pé esquerdo
cruzado em lado esquerdo
nesta cama
O teu nome num chão
nem de saudades
Ana Luísa Amaral, Se fosse um intervalo
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre.
O início:
A palavra e o gesto:
O auditório:
Mais auditório:
A explicação de como nascem os poemas / textos: