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Subitamente ficas na paisagem
E olho os teus olhos quentes e antigos...
Tens sol e sede, tens brincos de cerejas
E a pele cheirosa e fresca como água.
Subitamente sinto aquela sede
Dos sobreiros gretados, das estevas...
Mas perto, fonte ardente, dás frescura
À paisagem dormente e abrasadora!
Cristovam Pavia
Soneto #3
Gosto de fazer
a barba enquanto
no duches cantas
um qualquer samba
que sabes de cor
Eu de cor só sei
um ou outro verso
que aprendi na escola
....
[Fica o aperitivo para se ler o resto no livro do amigo manuel.a.domingos. Quem quiser encomendar passe por aqui. ]
Tudo é tão precário
que a nuvem passageira
ora passando no céu outonal
é todavia mais lenta
que o ser humano em si.
Casmurro e otário
sentado no precipício, à beira
da vertigem de ser banal,
o ser humano sustenta
a sensação de ser sem fim.
Mesmo vendo o rio correr
sem cessar para o seu fim
não consegue entender
que o destino é sempre assim:
Estéril vida sem sentido,
corre-corre continuado,
intervalo de nascer prometido
com a morte sempre a seu lado!