Embalado nas brisas estivais e nas modorras de um Julho esquisito luto contra a sonolências de uma tarde quente amenizada pela brisa fresca do nordeste. O planalto estende-se assolapado à torreira do mormaço pós meio-dia e as árvores gritam ensimesmadas pela gota de água perdida. Esparramados pelas sombras das raras plantas os gados enganam-se na miragem de uma frescura aparente saída da terra avidamente sequiosa do licor cristalino. Só o bicho homem na sua racionalidade ilude pelo sumo ou pela cerveja o calor tórrido de um Verão obsidiante.
Vieram pombas e sol, E de mistura com o sonho Posou tudo num telhado... Eu destas grades a ver Desconfiado
Depois Uma rapariga loura (era loura) num mirante estendeu roupa num cordel: roupa branca, remendada que se via que era de gente lavada, e só por isso aquecia...
E não foi preciso mais: Logo a alma Clareou por sua vez. Logo o coração parado Bateu a grande pancada Da vida com sol e pombas E roupa branca, lavada.