Tarde
(http://wwwcantinhoazul.blogspot.com/2008_10_01_archive.html)
A tarde riu-se do calendário
que dizia novembro em letras gordas,
mas ela gargalhou gaiata
e voltou a mostrar os braços das raparigas.
O horizonte escrevia fumo
nas breves nuvens passageiras de outono
e as aves gorjeavam atónitas no poente
azul da serra, colorida de verde esperança.
O pintor porém não mente
e nas ruas macadamizadas de folhas velhas
o tom é amareladamente outonal
embora também o vermelho surja
prenunciador do sangue de dezembro.
JM
(05.11.2010)