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Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Na noite da minha morte

Na noite da minha morte

Tudo voltará silenciosamente ao encanto antigo...

E os campos libertos enfim da sua mágoa

Serão tão surdos como o menino acabado de esquecer.

 

Na noite da minha morte

Ninguém sentirá o encanto antigo

Que voltou e anda no ar como um perfume...

Há-de haver velas pela casa

E xales negros e um silêncio que eu

Poderia entender.

 

Mãe: talvez os teus olhos cansados de chorar

Vejam subitamente...

Talvez os teus ouvidos, só eles ouçam, no silêncio da casa velando,

E mesmo que não saibas de onde vem nem porque vem

Talvez só tu a não esqueças.

 

Cristovam Pavia