Despedida
S Martinho de Anta, 23 de Abril de 1984 - Despeço-me melancolicamente do jardim. Cá o deixo em festa, na sua cíclica Primavera multicor. Só o melro, que aguarda insofrido a minha partida para começar a fazer o ninho no noveleiro do pátio, fica agora a gozar, como dono privativo, este resguardado esplendor. E com todo o direito. Flores gratuitas para uns olhos gratuitos. Rosas e azáleas que nenhuma angústia veja nascer e nenhuma memória recorde.
Diário XIV