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Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

ODE

Tu, Lídia, sei que odeias

o silêncio e as distâncias,

tal como eu,

 

Mas os deuses não permitem

nem semtimento nem afecto

nem o amor.

 

Para eles reservaram

ambrósia e sensações,

doce mel;

 

Para nós, humanos, deixaram

a razão e uma frieza

amara e reles.

 

Suportemos inscientes

o dia previsto, o amanhã

já destinado;

 

Duremos, pois, cada dia

como a última dádiva

do cruel Fado.

 

30.11.09 

J.M.