Os teus olhos - Cristino Cortes
Nos meus olhos, oh meu amor, inda transporto o brilho
Que um dia senti nos teus e só aos deuses peço
Essa memória permaneça; de tudo me despeço
Sem mágoa ou pesar de alma do que vier grato filho...
Nenhum véu de futuras lágrimas toldava esse encanto
Essa certeza de conseguir e toda se dar;
Para mim, aliás, se não dirigia esse olhar
Comum era o objectivo e assim lhe quero tanto
Falo no passado pois que esse tempo passou
Tal como muita coisa passou à face da terra;
Mas a gratidão é bálsamo que o coração me encerra
E a esse brilho jamais nenhum futuro o levou
Rolarão as esferas e os astros, tudo passará
E só esse brilho nos teus olhos não me esquecerá.
Poemas de Amor e Melodia, papiroeditora
[CRISTINO CORTES nasceu em Fiães, uma pequena aldeia perto de Trancoso, em 1953.
Licenciou-se em Economia em Lisboa, cidade onde reside desde 1971.]
Licenciou-se em Economia em Lisboa, cidade onde reside desde 1971.]