DIES IRAE (II)
4 - Recordare
Recordare, Jesu pie, Lembra-te, ó Jesus piedoso,
Quod sum causa tuae viae, Que sou a causa da tua caminhada,
Ne me perdas illa die. E não me condenes naquele dia.
Quaerens me, sedisti lassus Procurando-me, sentaste-te cansado
Redemisti Crucem passus E sofrendo redimiste-me na cruz
Tantus labor non sit cassus. Que tanto trabalho não seja em vão.
Juste judex ultionis, Juiz justamente castigador,
Donum fac remissionis Concede-me o dom da remissão
Ante diem rationis Antes do dia da razão
Ingemisco tamquam reus Choro e gemo como um réu
Culpa rubet vultus meus A culpa cora as minhas faces
Supplicanti parce, Deus. Poupai este suplicante, ó Deus.
Qui Mariam absolvisti, Tu, que absolveste a Maria,
Et latronem exaudisti E ouviste o ladrão,
Mihi quoque spem dedisti. Também me deste esperança.
Preces meae non sunt dignae Minhas preces são indignas
Sed tu bonus fac benigne, Mas tu, bondoso, sê benigno,
Ne perenni cremer igne. Para que não abrase no fogo eterno.
Inter oves locum praesta Dá-me lugar entre as ovelhas
Et ab haedis me sequestra E afasta-me dos bodes
Statuens in parte dextra. Sentando-me à Tua direita.
5 - Confutatis
Confutatis maledictis Condenados os malditos
Flammis acribus addictis Lançados às chamas devoradoras
Voca me cum benedictis Chama-me juntamente com os benditos
Oro supplex et acclinis Suplicante e prostrado,rogo
Cor contritum quasi cinis Com o coração contrito, quase em cinzas
Gere curam mei finis. Toma conta do meu fim.
6 - Lacrimosa
Lacrimosa dies illa Dia de lágrimas aquele
Qua resurget ex favilla Em que os ressurgidos das cinzas
Judicandus homo reus. Serão julgados como réus.
Huic ergo parce, Deus A este poupa, ó Deus
Pie Jesu Domine Piedoso Senhor Jesus
Dona eis requiem, Amen. Dá-lhes repouso. Amén.
[*Dies irae é um hino do século XIII, escrito talvez por Tomás de Celano e musicado, entre outros, por Mozart. Tentativa de tradução minha.]