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Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

fugaCIDADEs

Uma ave passava

lenta e solene

na tarde aveludada

de um Setembro oblíquo

deixando no ar

gestos perfeitos

de um equilíbrio inato.

 

À sombra das poucas nuvens

traçava esquissos

de parábolas e ogivas ambíguas.

 

Animava-a, contudo, a beleza ingente

duns gestos gritados

na certeza inexorável

de uma liberdade absoluta.

 

J. M.