fugaCIDADEs
Uma ave passava
lenta e solene
na tarde aveludada
de um Setembro oblíquo
deixando no ar
gestos perfeitos
de um equilíbrio inato.
À sombra das poucas nuvens
traçava esquissos
de parábolas e ogivas ambíguas.
Animava-a, contudo, a beleza ingente
duns gestos gritados
na certeza inexorável
de uma liberdade absoluta.
J. M.