CERTEZA
Sereno, o parque espera.
Mostra os braços cortados,
E sonha a primavera
Com os seus olhos gelados.
É um mundo que há-de vir
Naquela fé dormente;
Um sonho que há-de abrir
Em ninhos e semente.
Basta que um novo sol
Desça do velho céu,
E diga ao rouxinol
Que a vida não morreu.
Coimbra, 2 de Janeiro de 1943, Diário