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Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

poema

Embalado nas brisas estivais
e nas modorras de um Julho esquisito
luto contra a sonolências de uma tarde quente
amenizada pela brisa fresca do nordeste.
O planalto estende-se assolapado
à torreira do mormaço pós meio-dia
e as árvores gritam ensimesmadas
pela gota de água perdida.
Esparramados pelas sombras das raras plantas
os gados enganam-se na miragem
de uma frescura aparente saída da terra
avidamente sequiosa do licor cristalino.
Só o bicho homem na sua racionalidade
ilude pelo sumo ou pela cerveja
o calor tórrido de um Verão obsidiante.

 

Praça Velha nº 24