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Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

S. Martinho de Anta

S. Martinho de Anta, 25 de Março de 1961.

PÂNICO

Olho, aterrado, a grande mesa posta.

Quem presumiu em mim fome tamanha?

Todo o maná sagrado da montanha

Servido lautamente

A um só conviva!

À luz do sol-poente,

Numa quase agressiva

Pressa de comunhão, as penedias

São raras iguarias

Dum banquete irreal

De que sou comensal

Apenas eu...

Como se um pigmeu

Pudesse devorar num breve instante

A refeição eterna dum gigante!

Diário IX