A Porta de Emergência
Edgar - A minha família não tinha esse hábito de ir nadar nos rios gelados. Nunca gostei de água fria.
Luís – Nós, sim. Eu e os meus irmãos sonhávamos com as idas ao rio. Íamos no velho carro do meu pai por caminhos estreitos e cheios de pó. Parávamos junto a um amieiro e continuávamos a pé. As urtigas e as silvas picavam-nos, de forma diferente. E lá íamos até encontrarmos uma pequena lagoa de água limpa e fria para nadar. Havia também umas pedras grandes onde nos deitávamos ao sol. E, claro, árvores e erva.
Edgar - Não me convences. Não gosto de rios. Tão pouco de praias.
Luís - Isso é lá contigo…
Edgar - Ir em excursão, Cinquenta velhos uns atrás dos outros e se calhar de mãos dadas?! Mais as cadeiras de rodas e “andarilhos”. Que ridículo!
Américo Rodrigues, A Porta de Emergência