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Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Breve o inverno

Breve o inverno virá com sua branca

        Nudez vestir os campos.

As lareiras serão as nossas pátrias

        E os contos que contarmos

Assentados ao pé do seu calor

        Valerão as canções

Com que outrora entre as verdes ervas rijas

        Dizíamos ao sol

O ave atque vale triste e alegre,

        Solenes e carpindo.

Por ora o outono está connosco ainda.

        Se ele nos não agrada

A memória do estio cotejemos

        Com a esperança hiemal.

E entre essas dádivas memoradas

        Como um rio passemos.


 

 Ricardo Reis

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