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Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

Ar da Guarda

"Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino." Miguel Torga

...

(À minha mãe)


Rompeste com as montanhas
e atravessaste as tempestades
com o intelecto de alguém
que procura na imensidão
dos dias uma justificação
para andar.

Procuraste nas entrelinhas
das sensações e das ilusões
uma razão para nos trazeres
vestidos e aprumados
para as agruras da vida
que não conseguias evitar.

Da fome e das carências soubeste
tirar o melhor
e, interiorizando a coragem,
cresceste com a energia do ar e das flores
multiplicaste a força e a vontade
e distribuíste a graciosidade e a beleza.

Enfim, percorreste os desertos
e encontraste as miragens
reais numa complexa matriz
de dor e suor e sangue e esperança.

 
Daniel Rocha

Daniel António Neto Rocha (1982)

Nasceu na Guarda, mas foi em Famalicão da Serra que cresceu. Com uma Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas, variante de Estudos Portugueses, e com um Curso de Especialização em Ensino de Português como Língua Estrangeira e Língua Segunda (PLELS), da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), é professor no Instituto de Gouveia – Escola Profissional, onde lecciona a disciplina de Português.

Nos últimos anos tem publicado e produzido com alguma regularidade. Publicou em 2011 o livro de poesia Refracções em três andamentos (Edição de Autor), tendo ainda, ao longo dos anos, publicado vários poemas em várias revistas nacionais e internacionais: na Revista Praça Velha (Guarda), na Revista Via Latina (Coimbra) e na Quinqué Revista Independiente (Casa Xitla, México), onde também está traduzido para a Língua Espanhola. Em Novembro de 2015 publicou o seu segundo livro de poesia Tenho uma pedra na cabeça no lado esquerdo anterior frontal ou nada disto (Edição de Autor). No campo teatral, foi autor dos textos do Julgamento e Morte do Galo do Entrudo 2012 e dos textos do Julgamento e Morte do Galo do Entrudo 2011, este último em colaboração, ambos editados pela Câmara Municipal da Guarda (CMG) na Colecção Fio da Memória, e é autor da peça para teatro, publicada e representada pelo Teatro do Imaginário – Grupo de Amigos do Manigoto, A Casa da Memória (2013). Para além destas obras teatrais já publicadas, devem destacar-se as peças: Um Outro Fim (apresentada no Teatro Municipal da Guarda em Março de 2013); O Juízo das Casas (apresentada em Março de 2014 em Pinhel durante a Feira das Tradições); Visita encenada ao Juízo (apresentada em Junho de 2014 na aldeia do Juízo – Pinhel); O Bem e o Mal (adaptação da obra de Camilo Castelo Branco, apresentada sumariamente em Agosto de 2014 em Pinhel e com estreia integral em Dezembro de 2014); Julgamento e Morte do Galo do Entrudo 2015 – In taberna quando sumus (escrita para a Câmara Municipal da Guarda); e História Breve de Pinhel em Um Acto (apresentado na celebração dos 245 anos da cidade de Pinhel). Para além do trabalho como dramaturgo, tem também efectuado vários trabalhos de encenação e de representação. Ao nível do texto narrativo, publicou em 2014 a primeira edição (100 exemplares) do opúsculo O convento, tendo em Setembro de 2015 lançado a 2.ª edição. Tem ainda publicado artigos, ensaios, recensões e crónicas em várias publicações, boletins e catálogos.

Publicou em Abril de 2015, no dia 30, o livro Bloemlezing 7+7+1, uma antologia de poemas traduzidos para holandês, numa edição bilingue com apenas 33 exemplares, com a particularidade de todos os exemplares terem capas diferentes pintadas manualmente pelo pintor, e também responsável pela tradução, Jos van den Hoogen.

Em colaboração com Jos van den Hoogen, tem desenvolvido um trabalho de tradução da obra do poeta holandês Lucebert para a língua portuguesa, tendo sido publicado em Maio de 2015 o opúsculo Lírios Cortados (Edição do Tradutor).

A convite do Teatro Municipal da Guarda (TMG), participou em actividades de divulgação da leitura, dos livros e da poesia, e integrou algumas produções teatrais e poéticas.

A convite da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço (BMEL), na Guarda, tem participado em actividades relacionadas com a leitura e os livros, nomeadamente ao nível da poesia e ao nível da divulgação de autores da Guarda, tendo sido o produtor e comissário da exposição “Manuel Poppe: os trabalhos e os dias”.

A convite da Câmara Municipal da Guarda, dinamizou nos primeiros meses de 2015 um conjunto de Oficinas de Escrita e de Encontros com o Autor junto de alunos e de escolas da cidade integrado no projecto “A Terra da Escrita”, onde figura como um dos autores em destaque juntamente com Vergílio Ferreira e Augusto Gil.

Foi colaborador da Rádio Altitude (Guarda), no espaço de opinião “Crónica Diária”. Actualmente, mantém uma crónica no Portal Bombeiros.pt, no espaço “A visão do Bombeiro”, e tem colaborado com alguma irregularidade com o jornal Notícias de Gouveia, com um espaço intitulado “Conto em 552 palavras” dedicado à microficção.

 

[Retirado daqui: http://silenciosasdiscussoes.blogspot.pt/2015/09/2-edicao-do-opusculo-o-convento.html]

"A (im)perfeição dos dias"


Há dias em que a vida vem ter connosco e nos faz ver
que vale a pena existir:
Porque é quando estamos rodeados de amigos
que a vida ganha mais sentido;
porque é quando aquilo que fazemos é reconhecido;
porque sabemos que a amizade é verdadeira.
Este sentimento de alegria e de agradecimento
à vida estende-se a quem fez
o favor de estar comigo e partilhar o júbilo do primeiro livro.
Obrigado a todos.

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...

Gota a gota caindo

o tempo esgarça-se na água,

flui inexorável e fatal

submergindo

a cabeça espectral

do ser e da mágoa.

 

J M

Cristino Cortes (2)

 

Nos meus olhos, oh meu amor, inda transporto o brilho

Que um dia senti nos teus e só aos deuses peço
Essa memória permaneça; de tudo me despeço
Sem mágoa ou pesar de alma do que vier grato filho...
 
Nenhum véu de futuras lágrimas toldava esse encanto
Essa certeza de conseguir e toda se dar;
Para mim, aliás, se não dirigia esse olhar
Comum era o objectivo e assim lhe quero tanto
 
Falo no passado pois que esse tempo passou
Tal como muita coisa passou à face da terra;
Mas a gratidão é bálsamo que o coração me encerra
E a esse brilho jamais nenhum futuro o levou
 
Rolarão as esferas e os astros, tudo passará
E só esse brilho nos teus olhos não me esquecerá.
 
Poemas de Amor e Melodia, papiroeditora

Cristino Cortes - poeta

Cristino Cortes nasceu em Fiães, uma pequena aldeia perto de Trancoso, em 1953. Licenciou-se em Economia em Lisboa, cidade onde reside desde 1971. A maior parte da sua actividade profissional decorreu no âmbito do Ministério da Cultura. É casado e pai de dois filhos.

Fundamentalmente poeta, como as referências bibliográficas eloquentemente demonstram, Cristino Cortes tem também versado outras modalidades (o conto, a crónica, o artigo de opinião) em vários jornais e revistas, tendo alguns desses trabalhos sido já reunidos em volume, em 1998, 2003 e 2007 (Relances e Novos Relances de Maré e Vida nos dois primeiros casos e Viagens… Marés e Memórias no último, a sua primeira obra sob a chancela da Papiro Editora).

Apresentou publicamente alguns livros e proferiu conferências. Participou em antologias — uma das quais bilingue, em português e francês — e livros colectivos, tendo ele próprio organizado duas colectâneas, a última das quais sobre Pablo Neruda.

Traduziu, a partir do francês, poemas, os quais foram publicados. A sua obra tem tido algum eco em países estrangeiros (Espanha e França, sobretudo, mas ultimamente também na Alemanha e na Bélgica), nomeadamente através da tradução de poemas e da colaboração em algumas revistas, do meio universitário, aí localizadas.

A sua última obra poética foi a segunda edição, aumentada e definitiva, dos Poemas de Amor e Melodia, que em 1999 havia sido publicada pela Universitária Editora. Essa obra consta agora do catálogo da Papiro Editora (2009). Em 2011 perspectiva- ‑se a publicação de uma terceira edição, trilingue (português, alemão e castelhano), do seu O livro do pai, obra inicialmente vinda a lume em 2002.

Espuma dos dias úteis — Talvez Diário (1979 – 2009) é um reflexo do seu percurso literário e um curioso registo de impressões de um escritor a tempo inteiro, atento ao mundo que o envolve e no qual procura deixar a sua marca.

...

À tarde,
o tempo esteve parado à minha espera,
mas não lhe liguei.
Continuei
a minha caminhada
lenta, certa, ordenada
e cheguei
antes dele às portas da quimera.

Amei!

 

J M

João Tordo na ESAAG

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Ecos da sessão com João Tordo no passado dia 29 na ESAAG. Leituras pelos meus alunos de textos do autor, a "mesa" da sessão e panorâmica do público. Valeu a pena ouvir uma das vozes literárias do momento porque disse umas coisas sérias sobre literatura, numa conversa amena e descontraída.

 

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