Vida Un pájaro de papel en el pecho dice que el tiempo de los besos no ha llegado; vivir, vivir, el sol cruje invisible, besos o pájaros, tarde o pronto o nunca. Para morir basta un ruidillo, el de otro corazón al callarse, o ese regazo ajeno que en la tierra es un navío dorado para los pelos rubios. Cabeza dolorida, sienes de oro, sol que va a ponerse; aquí en la sombra sueño con un río, juncos de verde sangre que ahora nace, sueño apoyado en tí calor o vida.
no digas no pienses no pongas adverbios a la distancia que nos une no pongas fechas a la ausencia no sepas no preguntes no recuerdes la nostalgia es cruel no te alejes no huyas ya sé debes hacerlo el camino es largo el paso lento no escuches podrían engañarte en el engaño se oculta la única verdad la que nunca creemos
la voz enterrada el silencio que nos une la palabra que nos impide ser bilingües en un país de sordomudos
Señor, me cansa la vida, tengo la garganta ronca de gritar sobre los mares, la voz de la mar me asorda. Señor, me cansa la vida y el universo me ahoga. Señor, me dejaste solo, solo, con el mar a solas.
II
O tú y yo jugando estamos al escondite, Señor, o la voz con que te llamo es tu voz.
III
Por todas partes te busco sin encontrarte jamás, y en todas partes te encuentro sólo por irte a buscar.
(Amigo Rui, aqui fica o poema que sugeriste e vale a pena ler mais de Machado porque normalmente ficamos pelo “Caminante, no hay camino, / se hace camino al andar.”)
Aquí no pasa nada, salvo el tiempo: irrepetible música que resuena, ya extinguida, en un corazón hueco, abandonado, que alguien toma un momento, escucha y tira.
Eu pronuncio teu nome nas noites escuras, quando vêm os astros beber na lua e dormem nas ramagens das frondes ocultas. E eu me sinto oco de paixão e de música. Louco relógio que canta mortas horas antigas.
Eu pronuncio teu nome, nesta noite escura, e teu nome me soa mais distante que nunca. Mais distante que todas as estrelas e mais dolente que a mansa chuva.
Amar-te-ei como então alguma vez? Que culpa tem meu coração? Se a névoa se esfuma, que outra paixão me espera? Será tranqüila e pura? Se meus dedos pudessem desfolhar a lua!!
De um lado cantava o sol, do outro, suspirava a lua. No meio, brilhava a tua face de ouro, girassol!
Ó montanha da saudade a que por acaso vim: outrora, foste um jardim, e és, agora, eternidade! De longe, recordo a cor da grande manhã perdida. Morrem nos mares da vida todos os rios do amor?
Ai! celebro-te em meu peito, em meu coração de sal, Ó flor sobrenatural, grande girassol perfeito!
Acabou-se-me o jardim! Só me resta, do passado, este relógio dourado que ainda esperava por mim . . .
.....vêm sôfregos os peixes da madrugada beber o marítimo veneno das grandes travessias trazem nas escamas a primavera sombria do mar largam minúsculos cristais de areia junto à boca e partem quando desperto no tecido húmido dos sonhos .... vem deitar-te comigo no feno dos romances para que a manhã não solte o ciúme e de novo nos obrigue a fugir.... .... vem estender-te onde os dedos são aves sobre o peito esquece os maus momentos a falta de notícias a preguiça ergue-te e regressa para olharmos a geada dos astros deslizar nas vidraças e os pássaros debicam o outono no sumo das amoras.... .... iremos pelos campos à procura do silente lume das cassiopeias...